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terça-feira, 2 de julho de 2013

A arte de ser avó

Yasmin e Ysabella

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Netos são como heranças: você os ganha sem merecer. Sem ter feito nada para isso, de repente lhe caem do céu. É, como dizem os ingleses, um ato de Deus. Sem se passarem as penas do amor, sem os compromissos do matrimônio, sem as dores da maternidade. E não se trata de um filho apenas suposto, como o filho adotado: o neto é realmente o sangue do seu sangue, filho de filho, mais filho que o filho mesmo...

Quarenta anos, quarenta e cinco... Você sente, obscuramente, nos seus ossos, que o tempo passou mais depressa do que esperava. Não lhe incomoda envelhecer, é claro. A velhice tem as suas alegrias, as suas compensações - todos dizem isso embora você, pessoalmente, ainda não as tenha descoberto - mas acredita.

Todavia, também obscuramente, também sentida nos seus ossos, às vezes lhe dá aquela nostalgia da mocidade. Não de amores nem de paixões: a doçura da meia-idade não lhe exige essas efervescências. A saudade é de alguma coisa que você tinha e lhe fugiu sutilmente junto com a mocidade. Bracinhos de criança no seu pescoço. Choro de criança. O tumulto da presença infantil ao seu redor. Meu Deus, para onde foram as suas crianças? Naqueles adultos cheios de problemas que hoje são os filhos, que têm sogro e sogra, cônjuge, emprego, apartamento a prestações, você não encontra de modo nenhum as suas crianças perdidas. São homens e mulheres - não são mais aqueles que você recorda.


E então, um belo dia, sem que lhe fosse imposta nenhuma das agonias da gestação ou do parto, o doutor lhe põe nos braços um menino. Completamente grátis - nisso é que está a maravilha. Sem dores, sem choro, aquela criancinha da sua raça, da qual você morria de saudades, símbolo ou penhor da mocidade perdida. Pois aquela criancinha, longe de ser um estranho, é um menino seu que lhe é "devolvido". E o espantoso é que todos lhe reconhecem o seu direito de o amar com extravagância; ao contrário, causaria escândalo e decepção se você não o acolhesse imediatamente com todo aquele amor recalcado que há anos se acumulava, desdenhado, no seu coração.

Sim, tenho certeza de que a vida nos dá os netos para nos compensar de todas as mutilações trazidas pela velhice. São amores novos, profundos e felizes que vêm ocupar aquele lugar vazio, nostálgico, deixado pelos arroubos juvenis. Aliás, desconfio muito de que netos são melhores que namorados, pois que as violências da mocidade produzem mais lágrimas do que enlevos. Se o Doutor Fausto fosse avó, trocaria calmamente dez Margaridas por um neto...

No entanto - no entanto! - nem tudo são flores no caminho da avó. Há, acima de tudo, o entrave maior, a grande rival: a mãe. Não importa que ela, em si, seja sua filha. Não deixa por isso de ser a mãe do garoto. Não importa que ela, hipocritamente, ensine o menino a lhe dar beijos e a lhe chamar de "vovozinha", e lhe conte que de noite, às vezes, ele de repente acorda e pergunta por você. São lisonjas, nada mais. No fundo ela é rival mesmo. Rigorosamente, nas suas posições respectivas, a mãe e a avó representam, em relação ao neto, papéis muito semelhantes ao da esposa e da amante dos triângulos conjugais. A mãe tem todas as vantagens da domesticidade e da presença constante. Dorme com ele, dá-lhe de comer, dá-lhe banho, veste-o. Embala-o de noite. Contra si tem a fadiga da rotina, a obrigação de educar e o ônus de castigar.

Já a avó, não tem direitos legais, mas oferece a sedução do romance e do imprevisto. Mora em outra casa. Traz presentes. Faz coisas não programadas. Leva a passear, "não ralha nunca". Deixa lambuzar de pirulitos. Não tem a menor pretensão pedagógica. É a confidente das horas de ressentimento, o último recurso nos momentos de opressão, a secreta aliada nas crises de rebeldia. Uma noite passada em sua casa é uma deliciosa fuga à rotina, tem todos os encantos de uma aventura. Lá não há linha divisória entre o proibido e o permitido, antes uma maravilhosa subversão da disciplina. Dormir sem lavar as mãos, recusar a sopa e comer roquetes, tomar café - café! -, mexer no armário da louça, fazer trem com as cadeiras da sala, destruir revistas, derramar a água do gato, acender e apagar a luz elétrica mil vezes se quiser - e até fingir que está discando o telefone. Riscar a parede com o lápis dizendo que foi sem querer - e ser acreditado! Fazer má-criação aos gritos e, em vez de apanhar, ir para os braços da avó, e de lá escutar os debates sobre os perigos e os erros da educação moderna...


Sabe-se que, no reino dos céus, o cristão defunto desfruta os mais requintados prazeres da alma. Porém, esses prazeres não estarão muito acima da alegria de sair de mãos dadas com o seu neto, numa manhã de sol. E olhe que aqui embaixo você ainda tem o direito de sentir orgulho, que aos bem-aventurados será defeso. Meu Deus, o olhar das outras avós, com os seus filhotes magricelas ou obesos, a morrerem de inveja do seu maravilhoso neto!

E quando você vai embalar o menino e ele, tonto de sono, abre um olho, lhe reconhece, sorri e diz: "Vó!", seu coração estala de felicidade, como pão ao forno.

E o misterioso entendimento que há entre avó e neto, na hora em que a mãe o castiga, e ele olha para você, sabendo que se você não ousa intervir abertamente, pelo menos lhe dá sua incondicional cumplicidade...

Até as coisas negativas se viram em alegrias quando se intrometem entre avó e neto: o bibelô de estimação que se quebrou porque o menininho - involuntariamente! - bateu com a bola nele. Está quebrado e remendado, mas enriquecido com preciosas recordações: os cacos na mãozinha, os olhos arregalados, o beiço pronto para o choro; e depois o sorriso malandro e aliviado porque "ninguém" se zangou, o culpado foi a bola mesma, não foi, Vó? Era um simples boneco que custou caro. Hoje é relíquia: não tem dinheiro que pague...

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Como ajudar uma criança a lidar com a perda de um ente querido

Mesmo que queira proteger e evitar que os seus netos sofram, nem sempre depende de si, não se podem evitar tragédias e perdas, mas pode ajudar a ultrapassar essa fase.
Quando uma criança perde um ente querido, ela não reage como um adulto, a sua dor é diferente. Como avô ou avó, deve ser capaz de reconhecer os sinais que uma criança mostra quando perde alguém. Muitas crianças, antes de chegarem a adultas, sofrerão uma perda de alguém e a dor dessa perda será uma realidade. 
Nem sempre uma perda terá de significar a morte de alguém, poderá apenas significar que os pais se separaram, mas claro que também pode significar que um dos avós falece, ou infelizmente até um irmão ou outro familiar. Este tipo de acontecimento pode ser traumático e perturbar uma criança, fazendo-a sentir-se abandonada.

COMO UMA CRIANÇA DEMONSTRA A SUA DOR

Uma criança pode ter mais dificuldade em aceitar a perda de um familiar do que um adulto, pois nem sempre tem a bagagem da vida para compreender o que realmente aconteceu e nem sempre sabe como gerir as suas emoções. Uma criança sente saudades da pessoa que partiu e preocupa-se sobre quem, e como essa pessoa está a ser cuidada. Uma criança que está a passar por uma perda necessita de todo o apoio dos adultos que a rodeiam, incluindo dos avós. Usualmente uma criança que experiencia a dor de uma perda demonstra:
Depressão e ansiedade;
Atitudes de fúria sem motivo aparente;
Finge que é mais nova do que a sua idade (por ex: chuchar no dedo, fazer xixi na cama…);
Culpa-se pelo facto de a pessoa ter desaparecido da sua vida.

QUANDO PEDIR AJUDA PROFISSIONAL

Não existe nenhum tempo específico durante o qual uma criança demonstre que há perda na sua vida. Usualmente os comportamentos desaparecem com o passar do tempo, se o processo de perda for desaparecendo também. Porém, se o comportamento persistir deve ser considerada ajuda exterior à família. Deverá ser considerada ajuda de um psicólogo quando:
Menciona que deseja ir ter com a pessoa que faleceu;
O seu rendimento na escola diminui;
Deixar de conseguir interagir socialmente;
Tenha dificuldades em adormecer e pesadelos.

COMO É QUE AS CRIANÇAS SENTEM UMA PERDA

As crianças não são como os adultos quando sofrem uma perda; sofrem descontinuamente e não demonstram o seu sofrer. Muitas crianças apenas demonstram o seu sofrer às vezes, e por curtos períodos de tempo. Isto não significa que a criança não sofra, apenas significa que a criança não é capaz de se focar nessa emoção durante muito tempo. Este sentimento de perda e de tristeza pode voltar sempre que surgir uma nova fase da sua vida. Todavia, tudo dependerá da idade da criança. Uma criança de 2 ou 3 anos de idade ainda não compreende o conceito de morte, mas sente a tensão familiar que a rodeia. Uma criança em período pré-escolar com 5 anos poderá compreender um pouco do conceito de morte, mas poderá pensar que a morte é uma espécie de sono em que a pessoa entra, podendo acreditar que a pessoa mais tarde ou mais cedo voltará. Por volta dos 6 anos de idade, ela começa a sentir medo da morte, e à medida que a idade aumenta percebe que a morte é algo final que acontece a todos. 
Se estivermos a falar de adolescentes, estes têm uma grande dificuldade em lidar com a perda. Embora pareça que já tenham idade e aparência para conseguirem lidar com a morte, estes não são capazes de o fazer. Por vezes, o melhor é consultar um psicólogo para ajudar a passar esta fase.

COMO PODEM OS AVÓS AJUDAR

Os avós são usualmente excelentes “amigos” na altura de apoiar uma criança que sofreu uma perda. Os avós poderão ajudar e dar apoio das seguintes formas:
Converse com a criança acerca do que se passou de forma tranquila. Diga a verdade de forma simples e responda com a verdade às questões que a criança faz. Certifique-se que a criança compreende a resposta.
Seja paciente, repita as respostas e explique as vezes que forem necessárias.
Partilhe os seus sentimentos acerca da perda, poderá ajudar a criança a partilhar os dela – não tenha medo de partilhar que está triste.
 Se algum familiar morreu, envolva a criança no funeral, caso ela o deseje.
 Se um dos pais se separou e deixou de estar presente, certifique-se que garante à criança que a culpa não é dela.
Pode-se sempre ajudar uma criança a lidar com a dor da perda e ajudá-la a ultrapassar essa fase. Ajude os seus netos a compreender que não estão sós e que o avô ou avó está cá para compreender os seus sentimentos e que a ama e cuida com todo o coração.




terça-feira, 19 de março de 2013

A arte de ser avó


Um belo dia , sem que lhe fosse imposta
nenhuma das agonias da gestação ou parto,
o doutor-lhe põe nos braços uma criança.

Completamente grátis- nisto é que está a
maravilha. Sem dores, sem choro, aquela
criancinha da sua raça, da qual morria de
saudades, símbolo ou penhor da mocidade
perdida.

No entanto- no entanto! - nem tudo são
flores no caminho da avó! Há acima de
tudo, o entrave maior, a grande rival: a mãe.
Não importa que ela em si, seja sua filha.
Não deixa por isso de ser a mãe.

Não importa que ela ensine a criança a lhe
dar beijos e a lhe chamar de "vovozinha" e
lhe conte que de noite, às vezes, ela de
repente acorda e pergunta por você.
São lisonjas, nada mais.

Rigorosamente, nas suas posições respectivas,
a mãe e a avó representam, em relação ao
neto, papéis muito semelhantes ao da esposa
e da amante nos triângulos conjugais.

A mãe tem todas as vantagens da domesticidade
e da presença constante. Dorme com ele, dá-lhe
de comer, dá-lhe banho, veste-o, embala-o a
noite. Contra si tem a fadiga, a rotina, a obrigação
de educar e o ônus de castigar.

Já a avó não tem direitos legais, mas oferece sua
sedução do romance e do imprevisto.
Mora em outra casa, traz presentes, faz coisas
programadas, leva a passear, "não ralha nunca",
deixa se lambuzar de pirulito, não tem a menor
pretensão pedagógica.

Até as coisas negativas se viram em alegrias
quando se intrometem entre avó e neto: o bibelô
que se quebrou porque ele- involuntariamente-
bateu com a bola nele. Está quebrado e remendado,
mas enriquecido com preciosas recordações: os
cacos na mãozinha, o olhar arregalado, o beiço
pronto para o choro, e depois o sorriso malandro
e aliviado porque ninguém zangou, o culpado foi
a bola mesmo, não foi, vó?

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

O que é Carnaval



O Carnaval, essa festa que arrebata multidões para as ruas, promove desfiles suntuosos, comilança, excessos em geral e também muita violência, liberalidade sexual etc. Ao estudarmos a origem do Carnaval, vemos que ele foi uma festa instituída para que as pessoas pudessem se esbaldar com comidas e festa antes que chegasse o momento de consagração e jejum que precede a Páscoa, a Quaresma. 


Minhas netinhas adoram o carnaval


Olha a cara da Belinha


Olha a cara da Mimim cheia de posse


Eu amo Demais minhas netas (Yasmin e Ysabella)
Elas adoram brincar carnaval e se fantasiar


Ysabella minha fadinha lilais


Yasmin minha fadinha rosa

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Yasmin e Ysabella


Amores da minha vida, razão do meu viver...



Ser avó é tudo de bom, maravilhoso...



Minha pequenas são lindas demais...